“Lutar sempre, vencer talvez, desistir jamais”

Daniela Martins/Alex San

Greve em Goiás: adesão maciça dos trabalhadores

Foram mais de 20 dias de greve, até que o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, julgou o dissídio coletivo dos trabalhadores dos Correios. Presidida pelo ministro Carlos Alberto e tendo como relator o ministro Fernando Eizo Ono, a sessão contou com a presença dos ministros Antônio José de Barros Levenhagen, Ives Gandra da Silva Martins Filho, Maria de Assis Calsing, Márcio Eurico Vitral Amaro, Walmir Oliveira da Costa, Maurício Godinho Delgado e Kátia Magalhães Arruda.
 
A greve foi considerada não abusiva, e os trabalhadores, que devem retornar ao trabalho na quinta-feira, dia 10, terão 180 dias para compensar os dias parados. Para efeito de compensação foram considerados apenas os dias úteis parados, de segunda a sexta, no máximo duas horas por dia. 

Correios Saúde foi mantido como está
Em um dos pontos de maior expectativa da categoria, que dizia respeito ao plano de saúde, a vitória foi dos trabalhadores. Os ministros decidiram que deveria ser mantida a redação da cláusula 11 conforme o acórdão de 2012, vedando a ECT de realizar alterações na gestão do Correios Saúde, sendo a ECT a única gestora do plano. 

Durante toda a Campanha Salarial, os trabalhadores defenderam a manutenção do plano na forma que está, sem a redução de benefícios nem tercerização da gestão, o que é pretendido pela direção da ECT com o Postal Saúde. Mais uma vez, por meio de muita luta, a categoria garantiu a permanência do plano, certamente o maior benefício que os trabalhadores têm hoje nos Correios. No entanto, precisamos continuar atentos e prontos para combater qualquer nova tentativa da ECT de precarização da nossa assistência à saúde.

Outra vitória foi com relação à reafirmação da ilegitimidade e a exclusão da Federação Pirata (Findect) do dissídio. O relator rejeitou o pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT) de inclusão dos sindicatos dissidentes, uma vez que eles já fecharam, indevidamente, acordo com a ECT. De acordo com os magistrados, na jurisprudência atual, os sindicatos podem representar a categoria, porém, se a categoria é nacional, esses sindicatos se filiam a uma federação, que será a única representação legítima. 

Com relação às cláusulas financeiras, ficou definido o reajuste salarial de 8% e de 6,27% para benefícios, retroativos a 1º de agosto de 2013, mais o vale cultura de R$ 50. Além disso, foi concedido o direito à ausência remunerada de cinco para seis dias para acompanhar dependente ao médico. 

A greve foi combativa e a participação de cada um dos trabalhadores que aderiram ao movimento foi de extrema importância para a conquista destes resultados. Com a greve, a categoria unificou a Fentect e impediu que abusos contra os trabalhadores fossem cometidos no dissídio. 

A conquista salarial pode ter ficado abaixo do que os trabalhadores reivindicaram e esperavam, mas a categoria demonstrou à ECT que está disposta a lutar por seus direito até o fim. Nossa maior conquista é que a categoria saiu fortalecida, unificada, e cada vez mais consciente da importância de integrar a luta por dias melhores.

Afinal, o lema dos trabalhadores dos Correios sempre será: “Lutar sempre, vencer talvez, desistir jamais”. O importante é ter consciência de que sempre valerá a pena lutar.

Valeu, companheiros!

 
Fonte/Autoria: Daniela Martins (com informações da Fentect)