Historia do Sintect-GO

O Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e suas Concessionárias, Permissionárias, Franqueadas, Coligadas e Subsidiárias no Estado de Goiás – Sintect GO nasceu no dia 27 de janeiro 1989 durante uma Assembleia Geral Extraordinária no pátio interno do edifício que abrigava a Diretoria Regional de Goiás, na Praça Cívica. Na ocasião, 402 trabalhadores votaram, por unanimidade e aclamação, pela fundação do Sindicato dos Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos da Diretoria Regional de Goiás, o Sincotel.

A Carta Sindical foi publicada no dia 23 de fevereiro de 1989 e o CNPJ cadastrado no dia 28 de fevereiro de 1989.

Durante a implantação dos sindicatos, os trabalhadores sofreram com a opressão herdada do regime da Ditadura Militar. Dessa forma, diversos sindicalistas por todo o país, foram perseguidos e demitidos da ECT. Anos depois, eles seriam anistiados pela Lei Paulo Rocha (LEI Nº 11.282) e pela Lei da Anistia (LEI No 6.683).

Inicialmente o Sindicato funcionou em uma sala no Edifício Carlos Chagas, na Rua 2, no Centro de Goiânia. Mas em 1998, a categoria realizou mais um sonho antigo: a construção da sede própria, localizada na Rua Anhangá, Aparecida de Goiânia.

Naquela época, o Sincotel representava tanto os trabalhadores de Goiás quanto os do Tocantins, estado recém-criado em 05/10/1988. 



Em 1998 também ocorreram  mudanças relevantes no Estatuto do sindicato. A duração do mandato da diretoria passou de quatro para três anos e o sistema de gestão passou do presidencialista para a atual formação: Diretoria Colegiada.

Nos anos posteriores, a Diretoria Colegiada eleita passou a lutar contra os projetos de privatização do Governo Fernando Henrique Cardoso e contra a demissão dos vários companheiros presos e demitidos durante a Ditadura Militar e no Governo Collor de Melo, em 1990. Garantindo assim o emprego de vários trabalhadores dos Correios por meio das Leis de Anistia.

Durante a realização do II Congresso dos Trabalhadores dos Correios (II Cortect), realizado em julho de 2000 em Goiânia, foram aprovadas três importantes ações: a implantação da subsede do sindicato em Palmas (TO), o fortalecimento dos Delegados Sindicais e a criação do Conselho Deliberativo, democratizando ainda mais a entidade.

 


Naquele ano, a sede foi ampliada e ganhou novas instalações, como sala de treinamento e área de lazer com churrasqueira, mesas e cadeiras.

Em 2002 foi inaugurada a Subsede do Tocantins e foram empossados três diretores para acompanhar constantemente as dificuldades dos trabalhadores daquela região. O novo espaço representou o fortalecimento do Sindicato, além de promover uma maior integração entre os trabalhadores do Estado e o movimento sindical.

Em âmbito nacional, os ecetistas conseguiram mais uma vez barrar o processo de privatização da Empresa com a retirada do projeto de privatização dos Correios (PL 1.491/99), que tramitava no Congresso Nacional.

 



Para ampliar a comunicação com o trabalhador, em 2003 foi lançado o site do Sintect GO/TO, um canal para aproximar ainda mais os ecetistas da luta da categoria.

Em 2005 o Sindicato e os trabalhadores foram às ruas pedir a  apuração da corrupção do “mensalão”, bem como a punição dos culpados. O escândalo descoberto após denúncias de irregularidades e licitações fraudulentas praticadas na ECT prejudicou a imagem da categoria ecetista diante da população.

Também naquele ano os trabalhadores dos Correios precisaram lutar pela ameaça da quebra do Monopólio Postal ajuizada pela Associação Brasileira das Empresas de Distribuição (Abraed), que tinha como objetivo assegurar o interesse privado e internacional.

Diante dessa ameaça, os mais de 108 mil trabalhadores dos Correios entraram em campanha com o apoio da população para garantir a manutenção dos Correios como Empresa Pública e de Qualidade, com prestação de serviços para todos os brasileiros.

Naquela época, a ECT estava presente em mais de 5.560 municípios com 5622 agências próprias. Dessa quantidade, 80% não dava lucro e eram mantidas pela obrigação constitucional dos Correios de atender toda a população. Assim, pessoas das regiões mais distantes e carentes do nosso país recebiam suas correspondências e tinham acesso a pagamentos de benefícios.

A luta perdurou por mais de quatro anos até que, no dia 5 de agosto de 2009, o STF decidiu por seis votos a quatro, manter o monopólio postal dos Correios.

Em 2008, o Sindicato participou ativamente da greve nacional que resultou na conquista do adicional de 30% para os carteiros. Neste ano também, demos início a desvinculação do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Tocantins, que finalizaria em 2010.

No ano seguinte, em 2009, a luta foi contra o Acordo Coletivo de Trabalho Bianual, que foi empurrado goela abaixo dos trabalhadores pela Empresa. Assim, depois de uma série de irregularidades cometidas pela direção da ECT, o acordo acabou sendo validado à revelia da categoria. Durante os anos de 2009 e 2010, os trabalhadores lutaram, por via judicial, contra o famigerado acordo bianual, mas acabou por ter de suportar alguns prejuízos.

Ainda em 2009, o SINTECT-GO realizou Atos Públicos em Goiânia e Anápolis, com a participação de mais de 700 manifestantes, para protestar contra a quebra do monopólio e exigir a abertura de concurso público. Os diretores do Sindicato participaram ainda de audiências públicas, promovidas nas Câmaras de Anápolis e de Trindade, para denunciar o déficit de pessoal nos Correios.

Em 2010, a luta contra o déficit e pela realização do concurso público ganha mais força. Em abril, o SINTECT-GO promove a “Campanha pela Contratação Já”, com outdoor espalhados por Goiânia e Anápolis, com o objetivo de conscientizar a população sobre o déficit e exigir a realização do concurso, que já tinha mais de um milhão de pessoas inscritas. Nesse mês, o Sindicato realizou ainda um Ato Público pela Contratação Já, denunciando a utilização de mão de obra terceirizada em prejuízo das pessoas que aguardavam pela realização da prova do concurso.

Em maio de 2010, o SINTECT-GO participou da paralisação nacional de 24 horas. Mais uma ação para exigir a promoção imediata do concurso. No final do mesmo ano, a ECT cancelou o concurso, que havia sido aberto em 2009 com mais de um milhão de inscritos, com a promessa de realizar definitivamente o certamente em 2011.

Assim, em março de 2011, os Correios abriram as inscrições para o concurso e as provas foram realizadas em maio de 2011.

Em fevereiro de 2011, como forma de valorizar o patrimônio da categoria, a diretoria do SINTECT-GO entrega a reforma de sua sede, com a pintura geral das áreas interna e externa, revisão da parte elétrica e hidráulica, ampliação das redes de computador e internet, além de várias outras melhorias.

Em 2011, a categoria unida protagonizou a maior greve da história dos Correios: 28 dias de paralisação geral. Neste ano, mais uma vez os trabalhadores dos Correios em Goiás demonstraram disposição para ir à luta! Como bravos guerreiros e sendo liderados pelo SINTECT-GO, eles resistiram às pressões da Empresa, ao corte de ponto antecipado e brigaram até o fim por um acordo que atendesse minimamente aos anseios da categoria.

Foram 28 dias de luta, tempo em que mais de 50% do pessoal da área operacional cruzou os braços em 18 cidades goianas e foi para as ruas chamar a atenção da sociedade para a dura realidade do trabalhador da ECT. Sem oferecer uma proposta digna à categoria, a Empresa empurrou a greve para o julgamento no Tribunal Superior do Trabalho (TST). De tudo, ficou de novo a lição de que quanto mais unidos e participativos forem, mais fortes os ecetistas serão. Lutar sempre, desistir jamais!

Lutas Recentes do SINTECT-GO

Nos anos seguintes, a categoria continuou lutando contra as tentativas de privatização da Empresa, bem como as retiradas de direito durante as campanhas salariais. Também houveram diversas mobilizações contra as medidas provisórias 664 e 665 do Governo e o PL 4330, conhecido como o PL das terceirizações

Durante o VI Congresso Regional dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos em Goiás (CORTECT), realizado entre os dia 30 e 31 de janeiro de 2016 no auditório do Hotel Serras de Goyaz, em Goiânia, o Estatuto da entidade foi alterado, e uma das principais mudanças ocorreu no nome do Sindicato, que de “Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e suas Subsidiarias no Estado de Goiás” passou a ser “Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e suas Concessionárias, Permissionárias, Franqueadas, Coligadas e Subsidiárias no Estado de Goiás – SINTECT-GO”. A alteração foi realizada tendo em vista as mudanças na estrutura administrativa da ECT, que possibilita a criação de subsidiárias e amplia os tipos de agências. Dessa forma, o Sindicato passou a defender os trabalhadores nessas situações.

Também em 2016, o Sintect-GO acampou uma grande luta contra o Golpe à presidenta Dilma e que mais tarde representaria seu impeachment. Nos anos seguintes a classe trabalhadora assistiu a intensificação da retirada de direitos, propiciada principalmente pela Reforma Trabalhista do Governo Temer (2017) e da Reforma da Previdência.

Foi neste governo que a categoria ecetista sofreu mais uma derrota: a criação da mensalidade no plano de saúde e a coparticipação nos procedimentos médicos de até 50%.

Com a eleição de Jair Bolsonaro para presidente da República, em 2018, não só os trabalhadores dos Correios, mas toda a classe trabalhista se viu ainda mais sem direitos e condições de trabalho. Diversas estatais foram colocadas na lista de privatizações, a taxa de desemprego saltou de 6,8%, (2015) para 11,7% (2017) e 14,2% (2021) e as desigualdades sociais aumentaram. O Brasil voltou a fazer parte do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente com o agravamento da pandemia do Covid-19.

Em 2020 a categoria ecetista realizou uma das maiores greves de toda a história da estatal, com 35 dias de paralisações. Os grevistas manifestaram contra a retirada de 50 cláusulas do Acordo Coletivo da categoria.

 

No âmbito do Sintect-GO, os dirigentes sindicais seguiram atuando em conjunto com os trabalhadores nos últimos anos, visitando todas as unidades, levando informações e fiscalizando as condições de trabalho. Além disso, foram realizados diversos congressos, cursos formativos e palestras.

Em 2016, a instituição adquiriu um terreno ao lado de sua sede, na Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia, para a criação de um auditório e a ampliação de sua estrutura de hospedagem, que é oferecida para os filiados e familiares. As obras estruturais foram finalizadas em 2022.

 

Durante o VIII Congresso Regional dos Trabalhadores dos Correios em Goiás (CORTECT), realizado nos dias 23 e 24 de julho de 2022, os trabalhadores dos Correios em Goiás votaram pelo retorno da gestão de 4 anos, entre outros encaminhamentos.

A categoria também assistiu ao retorno do Partido dos Trabalhadores (PT) ao Governo por meio da Eleição bem como a retirada dos Correios da lista de privatização durante um dos primeiros atos do presidente Lula, em seu terceiro mandato.

Além disso, os dirigentes sindicais sempre atuaram em conjunto com os trabalhadores, visitando todas as unidades, levando informações e fiscalizando as condições de trabalho.