Goiânia vira palco de novo protesto contra a retirada de direito

Cerca de cinco mil trabalhadores voltaram às ruas nessa sexta-feira (31) contra o desmonte dos direitos trabalhista

 

Em Goiânia, cerca de cinco mil trabalhadores voltaram às ruas nessa sexta-feira (31) contra o desmonte dos direitos trabalhista posto em curso pelo governo federal. Na capital, as manifestações do Dia Nacional de Mobilização organizadas pela CUT Goiás e outras entidades como o Sintego começaram por volta das 9 horas em locais diferentes, mas a maior concentração de pessoas aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego).

Greve na Educação

Antes de saírem em passeata e se juntar a outras categorias, servidores da rede estadual de Educação – em greve há 16 dias – realizaram uma assembleia geral em frente à Alego. Sem acordo com o governo do Estado, os profissionais aprovaram a continuidade da paralisação.

Da Alego, os manifestantes – em sua maioria, professores – caminharam até a Praça do Bandeirante carregando faixas, cartazes, bandeiras e distribuindo informativos. Eles ainda usaram máscaras e um trio elétrico para demonstrar a insatisfação com as propostas do governo federal e estadual que penalizam a classe trabalhadora ameaçando direitos historicamente conquistados.

Terceirização

Outro objetivo da mobilização foi pressionar para que o presidente Michel Temer não sancione o Projeto de Lei 4302/1998 que libera terceirização irrestrita no setor privado e em parte do setor público. O PL foi aprovado no último dia 22 na Câmara dos Deputados por 231 votos favoráveis.

PEC do Ajuste

Várias entidades sindicais ligadas à CUT-Goiás participaram do ato. Entre elas, além do Sintego, estava o Sindsaúde/GO, Sintfesp/GO, Sinttesp/GO, Sindiffisc, entre outras. A PEC do Ajuste (3548/16) do governo de Goiás que congela o salário dos servidores públicos por 10 anos também foi alvo dos protestos. Os goianos querem que a proposta – que já tramita na Assembleia Legislativa – seja arquivada.

28 de abril

O Dia Nacional de Mobilização também é um ato preparatório para o dia 28 de abril quando os trabalhadores devem realizar “a maior greve geral da história brasileira” contra as reformas do governo Temer.

Na ocasião, o Fórum Goiano Contra a Reforma da Previdência e Trabalhista também montou uma tenda permanente na Praça do Bandeirante. O objetivo é esclarecer as dúvidas da população com material informativo sobre os impactos das reformas.

Mesmo com um número menor de manifestantes em relação à mobilização do dia 15 de março, o presidente da CUT Goiás, Mauro Rubem, avaliou a manifestação positivamente. “Fizemos uma bela ação para registrar o 31 de Março. Na caminhada de hoje, percebemos que a população está entendendo que foi dado um golpe contra os seus direitos. Estamos com um ambiente muito favorável para realizarmos uma paralisação geral em todo país no dia 28 de abril”.

 

Escrito por: Júnior César de Oliveira

Reprodução: CUT GO