Demissão e redução de rede de atendimento é tema de audiência pública e senadora faz apelo para não privatizar os Correios

Uma audiência pública para discutir a situação Correios, que planeja promover demissão de funcionários e reduzir sua rede de atendimento e de serviços nos estados e municípios, foi realizada nesta terça-feira, 06 de junho, no Senado. A audiência, que foi transmitida ao vivo (assista abaixo), contou com a fala do secretário geral da FENTECT, José Rivaldo, do presidente da ECT, Guilherme Campos, do senador Paulo Rocha, que propôs o debate, da presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, Senadora Fátima Bezerra, entre outros.

Guilherme Campos começou falando da dificuldade em privatizar a ECT diante do cenário político atual. Segundo ele, cortes de despesas estão sendo promovidos para manter a saúde financeira da Empresa, e que a demissão motivada não está descartada. Além disso, o presidente da ECT voltou a insistir que o plano de saúde da categoria é o principal responsável pelo prejuízo dos Correios neste quadrimestre.

O secretário José Rivaldo retrucou a fala do presidente da ECT, falando que a Empresa deveria motivar os trabalhadores e não ficar “assustando-os” todos os dias nos meios de comunicação. “Eu acordo e ouço: o Correios estão quebrados, os trabalhadores serão demitidos, qual a motivação que tenho para trabalhar, se todo o dia ouço que meu emprego está ameaçado?”, questionou. Além disso, ele falou do papel importante que os trabalhadores têm neste cenário, que a Empresa pode melhorar sim, e que se o Governo Federal repassasse o que foi retirado dos Correios já resolveriam os problemas atuais.

A senadora Fátima Bezerra, presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), afirmou ser contrária a privatização da ECT, uma vez que ela é a única Empresa Federal presente em todos os municípios do país, patrimônio do povo vital para a economia do país e que tem grande função social. “Estou aqui para fazer um apelo: não mecha na Empresa Brasileira de Correios, não mecha no sentido de privatizar, queremos um Correios cada vez mais forte, cada vez mais cumprindo sua função social, e cada vez mais sendo respeitado pelo povo brasileiro”, finalizou.

Segundo comentários na página da audiência pública e do próprio senador Paulo Rocha, muitos trabalhadores dos Correios foram barrados na portaria do Senado.

Assista aqui a Audiência Pública

Laryssa Machado

Última Atualização: 1 de fevereiro de 2018 às 18:02