Parecer começa a ser analisado nesta segunda (11) e deve reforçar que houve fraude e má gestão no fundo dos funcionários do Correios.
Nesta segunda-feira (11), a CPI dos Fundos de Pensão começa a analisar o relatório final. O parecer deve reforçar que houve fraude e má gestão no fundo que administra os recursos dos funcionários dos Correios. Só nesse caso o prejuízo ultrapassa os R$ 100 milhões.
É o fundo Postalis, que está entre os 15 maiores do Brasil em volume de recursos. A Polícia Federal já indiciou o ex-presidente, um ex-diretor do fundo e mais cinco pessoas por gestão fraudulenta, apropriação indébita no sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
A definição é do próprio Postalis: o fundo de pensão existe para contribuir com “uma melhor qualidade de vida e um futuro mais tranquilo para os funcionários dos Correios”. Mas a Polícia Federal concluiu que o fundo tem administrado mal o dinheiro desses trabalhadores. Os investimentos errados – e caros – geraram prejuízo milionário.
Entre 2006 a 2008, o Postalis investiu mais de R$ 371 milhões em dois fundos. Uma corretora americana comprava títulos de investimento, revendia por valor maior para empresas dos investigados e os dois fundos onde o Postalis investiu compravam os títulos mais caros. Ou seja, o Postalis pagou um preço 60% maior que o de mercado.
O Bom Dia Brasil teve acesso ao relatório da Polícia Federal que concluiu que o excedente cobrado foi de US$ 16 milhões nas operações, E ainda houve pagamentos, sem justificativa, de taxas de corretagem de US$ 12 milhões.
A Polícia Federal indiciou dois ex-dirigentes do Postalis: o ex-presidente Alexej Predtechensky e o ex-diretor Florêncio da Costa. Considerou que eles tinham o dever de fiscalizar as operações do fundo, o que não fizeram. E mais cinco pessoas ligadas aos gestores dos fundos. Os crimes são: gestão fraudulenta, apropriação indébita no sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal pediu a prisão de Fabrizio Neves, dono da empresa que geriu os fundos que geraram o prejuízo ao Postalis. Segundo a PF, ele estava na Espanha e teve o nome incluído na lista vermelha de procurados internacionais da Interpol. Semanas depois, o pedido de prisão foi revogado pela Justiça.
Nesta segunda (11), a CPI dos Fundos de Pensão, que também investiga o caso, começa a analisar o relatório final. O parecer deve reforçar a dimensão da fraude e a má gestão dos ex-dirigentes do Postalis, fundo que está entre os maiores do Brasil em volume de recursos.
O advogado de Alexej Predtechensky disse que as acusações não possuem embasamento. A defesa também negou que Predtechensky tenha praticado irregularidades enquanto esteve na presidência do fundo Postalis e afirmou que vai contestar o relatório da Polícia Federal.
O Bom Dia Brasil não conseguiu contato com o ex-diretor Florêncio da Costa e com o empresário Fabrizio Neves.
Assista a reportagem do Bom Dia Brasil aqui.
Reprodução: Bom Dia Brasil