Duas categorias importantes devem entrar em greve nesta semana. Numa assembleia agendada para hoje, às 19h, os bancários provavelmente vão reiterar a paralisação já definida na semana passada. No entanto, ainda é possível que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresente, no decorrer desta segunda-feira, uma contraproposta. Neste caso, a categoria avaliará a oferta. Amanhã, será a vez dos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos decidirem se também cruzarão os braços. Se sim, não trabalham a partir da zero hora de quarta-feira. Já os bancários param amanhã por tempo indeterminado, caso nenhuma proposta nova seja apresentada hoje. Se assim acontecer, a assembleia desta segunda-feira terá a incumbência de planejar o movimento. “Não tendo novidade, a greve fica mantida. Aí, vamos organizá-la. Pegaremos todos os ativistas, militantes, diretores da entidade e organizamos uma grande comissão de esclarecimento”, explica o diretor do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas, Marcos Lenharo. Na última quarta-feira, em assembleia realizada em Bauru, de forma unânime, bancários rejeitaram o reajuste de 6% proposto pela Fenaban. Na ocasião, aprovaram a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir de terça-feira. Reivindicam 23% de reajuste, o que corresponde à reposição da inflação registrada nos últimos 12 meses (5,25%) mais a recuperação das perdas salariais comuns a todos os bancos (17,75%) desde o lançamento do Plano Real, em 1994. Correios Já os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos rechaçaram na semana passada, mais uma vez, a proposta da empresa de aumento salarial de 5,2%. Também rejeitaram uma primeira oferta de reajuste, que não ultrapassava a casa dos 3%. O Sindicato dos Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Bauru e Região (Sindecteb) defende aumento de 5,2% a título de reposição da inflação dos últimos 12 meses e mais 5% de aumento real no salário dos funcionários, número que ainda não recupera as perdas acumuladas desde a década de 90. Por conta da situação, amanhã a categoria se reúne em assembleia, quando a greve será deliberada. Neste caso, a paralisação começa a zero hora de quarta-feira, também por tempo indeterminado. No Pará e em Minas Gerais, a categoria já parou. Para organizar a paralisação em Bauru, ontem, diretores e delegados do Sindecteb estiveram reunidos, informa o presidente da entidade, José Aparecido Gimenes Gândara. “Recuperar a inflação deveria ter sido a oferta inicial, o que ainda é muito baixo. Os trabalhadores dos Correios são responsáveis por gerar a própria renda, não dependemos da União na nossa folha salarial. Buscamos o reajuste que condiz com a nossa realidade”, pontua. Conforme o JC divulgou, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou na última sexta-feira pedido liminar dos Correios para suspender a greve nos Estados de Minas Gerais e do Pará iniciada na terça-feira. A vice-presidente do tribunal, Cristina Peduzzi, disse em sua decisão faltar informações para julgar o pedido. Já a empresa enviou nota em que cita a ausência de uma contraproposta por parte dos representantes da categoria. Segundo a assessoria de comunicação da Diretoria Regional São Paulo-Interior dos Correios, se somente os itens econômicos reivindicados pelas entidades de classe fossem atendidos, haveria um acréscimo de até R$ 25 bilhões na folha de pagamento da ECT, que tem previsão de receita de R$ 15 bilhões para 2012. Informa ainda que o índice proposto aos 120 mil empregados garante o poder de compra, uma vez que cobre a inflação do período. Nos últimos nove anos a maioria dos trabalhadores dos Correios teve até 138% de reajuste salarial, sendo 35% de aumento real, acrescenta a assessoria de imprensa. Ontem, ela foi novamente procurada, assim como a Fenaban, mas por ser domingo, a reportagem não encontrou quem pudesse comentar as paralisações. Polícia Federal A Polícia Federal também continua em greve. Conforme o JC veiculou, por conta da paralisação foram suspensas todas as investigações que estavam em andamento na delegacia de Bauru e, desde sexta-feira, também foram interrompidas as atividades de análise de inteligência de grandes operações deflagradas pela unidade, que abrange 43 municípios. Entre elas estão a Operação Terra Branca (de combate ao tráfico de drogas) e a Odontoma, que apura desvio de recursos públicos, superfaturamento e cobranças indevidas de serviços do departamento de bucomaxilo do Hospital de Base. Continuam sendo realizadas apenas as prisões em flagrante e, parcialmente, os serviços de emissão de passaportes, com prioridade para as solicitações de emergência. Apenas 30% do efetivo continua trabalhando, sendo que o ritmo de emissão de passaportes foi reduzido para este percentual. |
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Fonte/Autoria: JCNet |