Assédio moral, saúde da trabalhadora e previdência são destaques no Encontro de Mulheres

Terminou ontem em Luziânia (GO) o VXII Encontro Nacional de Mulheres Trabalhadoras dos Correios. O evento, que começou na segunda-feira (14), foi palco de diversos debates relacionados às mulheres ecetistas, entre eles a falta de condições de trabalho, longas jornadas, previdência social e assédio moral.

Um dos pontos de grande destaque no evento foi sobre o assédio moral. No segundo dia, a médica do trabalho e doutora em psicologia social, Margarida Barreto, apresentou o tema “Violência no Trabalho”, e explicou que o assédio moral ocorre devido à pressão generalizada para a produção. “Às vezes, a própria organização da empresa contém uma pressão generalizada para a produção, que gera angústia e ansiedade. É terrível dar o melhor de si e ouvir o tempo todo reclamações e comparações”.

Margarida Barreto falou sobre a importância de não se ficar em silencio, pois isso acaba dando forças para quem humilha e promove o sentimento de medo entre os colegas de profissão. “A empresa é corresponsável nesses casos. É dever do empregador manter um ambiente saudável, na prática. Nos Correios, por exemplo, casos de lesões por esforço repetitivo, acidentes e, fundamentalmente, a terceira patologia que mais aparece na instituição, transtornos mentais, são os mais contabilizados. É necessária, sim, uma política severa para combater e banir o assédio moral no ambiente de trabalho”, afirmou.

Ainda no segundo dia, a psicóloga especialista em saúde do trabalhador Maria de Fátima Duarte apresentou o tema “Políticas e Práticas de Saúde do Trabalhador para as Mulheres dos Correios”. Em sua palestra, a psicóloga explicou que as longas jornadas de trabalho pode afetar a saúde do trabalhador, causando estresse, traumas, acidentes, doenças psicológicas e, até mesmo, alterações nas esferas sexual e reprodutiva.

No último dia (17), Cláudia Muinhos Ricaldoni, Presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (ANAPAR), falou sobre os fundos de pensão e ressaltou a importância das mulheres estarem atentas a eles.  Para ela, os brasileiros não ligam muita para a previdência, pois acreditam que serão jovens para sempre. “Acreditamos que vamos ser jovens para sempre, mas sabemos que devemos poupar e pensar nos nossos filhos. Acho complicado confiar cegamente nos administradores, quando há muito dinheiro envolvido. Não parece razoável”, destacou.

Dando continuidade no assunto, o diretor da Fentect, Rogério Ubine, apresentou um pouco da história do Postalis, fundo que visa oferecer e administrar planos para complementação de aposentadoria e cobertura para eventos de risco. Ele ainda explicou o que tem sendo feito pela Federação em relação ao Fundo.

O Encontro de Mulheres é um evento que possibilita o debate e a construção da unidade entre a categoria, além de ser uma oportunidade das mulheres compartilharem suas experiências e dúvidas relacionadas ao seu trabalho.

*Com informações da FENTECT

 
Fonte/Autoria: Laryssa Machado
Última Atualização: 5 de fevereiro de 2018 às 17:04