Funcionários dos Correios vão à Justiça por reajuste

 
Estabelecer um calendário de negociações é o objetivo dos funcionários dos Correios. Hoje representantes dos trabalhadores e estatal se reúnem novamente a fim de discutir as cláusulas da campanha salarial e de estabelecer calendário para futuros encontros. O compromisso entre as partes foi protocolado, ontem, na Delegacia Regional do Trabalho de Brasília, a pedido da categoria.

Segundo o secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), Edson Dorta Silva, a base queixa que a estatal nem sequer aceitou ouvir as propostas trabalhistas. “A ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) simplesmente propôs manter as cláusulas firmadas em 2011 e ofereceu aumento de 3%. Eles (companhia) querem enterrar nossas reivindicações.”

Hoje existem 120 mil trabalhadores dos Correios no País, sendo 1.400 atuantes no Grande ABC, que discordam da proposta da empresa. “Eles estão pedindo que a categoria paralise as atividades”, conta Silva.

Com data-base em 1º de agosto, a bandeira da campanha deste ano é o aumento de 43,7% nos salários (somadas as perdas salariais desde 1994, o índice de inflação do País e aumento real de 10%). Hoje o piso da categoria é de R$ 917.

Por meio de nota, a ECT declarou que desde o dia 3 de julho têm negociado com as representações sindicais de forma “séria, transparente e objetiva”. De lá para cá, houve oito reuniões. Dia 2 de agosto, a empresa disse que apresentou proposta e que foi rejeitada pelos sindicatos, que não fizeram contraproposta e continuam defendendo a pauta de reivindicação inicial. “Somente os itens econômicos, se atendidos, gerariam acréscimo de até R$ 25 bilhões na folha de pagamento da ECT, que tem previsão de receita de R$ 15 bilhões para este ano”.

Ainda por meio de nota, a estatal afirma que nos últimos nove anos “a maioria dos trabalhadores teve 138% de reajuste salarial, sendo 35% de aumento real”.

HISTÓRICO – No ano passado, a negociação não foi nada fácil. Os funcionários permaneceram 21 dias paralisados. A greve só chegou ao fim depois do acordo fechado no TST (Tribunal Superior do Trabalho). Na ocasião, os trabalhadores aceitaram a proposta de reajuste salarial de 6,87% e aumento linear de R$ 80.

 
Fonte/Autoria: Diário do Grande ABC