TRABALHADORES EM ALERTA: NÃO É LUCRO! RETIRADA DE DIREITOS É EXPLORAÇÃO!

Os Correios têm noticiado que em 2021, alcançou o patamar de um lucro líquido de R$2,3 bilhões e um lucro recorrente de R$ 3,7 bilhões, um dos maiores de sua história. No entanto é preciso entender as razões desse acontecimento.
Desde o golpe de 2016 os trabalhadores (as) vêm sofrendo muito e, ao mesmo tempo, lutando para sua sobrevivência. O que isso significa? Que após o golpe várias medidas foram tomadas contra a classe trabalhadora, que é responsável pela geração de riquezas desse país, que luta incessantemente e, em contrapartida, são os que pouco usufruem do lucro que produzem. A primeira medida tomada foi a chamada “Ponte para o Futuro”, tanto estimulada por “Temer”, após mostrar sua verdadeira face. E com ela vieram as reformas:

Aprovação da PEC 95 que impede o investimento na educação saúde e segurança por 20 anos em desfavor da sociedade;

Aprovação da Lei da Terceirização e da precarização do setor público e privado, empresas contratadas a alto custo que não cumprem com regras trabalhistas e trabalhadores terceirizados que tem tido a necessidade de promover rifas para sua sobrevivência em decorrência da inadimplência de seus salários;

Aprovação da Lei 13.467/17 que criou novas regras Trabalhistas, precarizando as relações do trabalho e reduzindo direitos debaixo da promessa de ampliação das contratações formais, o que sabíamos não iria ocorrer e de fato, não ocorreu;

Aprovação das EC 103/2019 com severas mudanças feitas na Previdência Social (INSS), fazendo com que aposentados, pensionistas, aposentáveis e daqueles que dependem da assistência previdenciária ficassem ainda mais prejudicados;

Corte de verbas no orçamento da União destinadas em 2022 ao INSS valores que seriam usados na administração, gestão e processamento de dados e tem causado um colapso na autarquia, deixando milhares sem processamento de seus benefícios e passando fome.

É bom lembrar dessa retrospectiva, para nunca se esquecer quem de fato produz os altíssimos lucros para o país e para a empresa da qual estamos falando e quem o destrói. Não há como esquecer que o lucro só pode ser real quando há investimentos em contratação e valorização dos que produzem. Estes investimentos em pessoal não podem ser vistos como despesa. São eles que de fato injetam dinheiro na economia e fazem o comércio e serviços circularem, gerando riqueza e crescimento para o país. Desde 2011 não se faz contratação, o que fizeram? Demissões pelos sucessivos (PDV’s-PDI’s) desde 2017 e o desligamento de aposentados após a EC 103/2019, apostando na diminuição do setor produtivo, só aqui foram quase R$ 1bilhão de reais que deixaram de ser investidos em pessoal, especialmente em razão dos acordos coletivos reduzidos.

Não se pode esquecer que éramos em 2015, 127mil trabalhadores em todo o país, ainda assim já era difícil cumprir a demanda e, nessa época, nunca foi ventilada a ideia de demissão e nem privatização, o projeto 1491/99 foi arquivado pelos governos do (PT), que além de muita contratação, houve valorização dos salários e benefícios com aumentos reais e recuperação das perdas salarias que tivemos durante os longos anos em governos anteriores (Collor e FHC), bem como o atual. E há quem não valorize isso, mas queremos que esse tempo de esperança volte!

Hoje somos apenas 86 mil trabalhadores, com uma demanda ainda mais crescente, pela expansão do e-commerce. Os setores de encomendas e centros de distribuição sempre abarrotados. Na pandemia então foi assustador e mais complicado ainda, pois os trabalhadores foram oprimidos a enfrentar uma doença desconhecida da sua gravidade sem o mínimo de proteção, chegando a custar vidas de ecetistas, sendo que a empresa precisou ser pressionada por ações judiciais dos Sindicatos e da Federação para garantia da saúde e segurança dos trabalhadores. Direitos conquistados há décadas.

 

Outros fatores que contribuíram para essa noticiada lucratividade (exploração):

• Além da “deforma” trabalhista, que levou à precarização das relações do trabalho, nosso acordo coletivo, que previa a manutenção por dois anos, 2019/2021, foi interrompido unilateralmente pela empresa e governo, numa acentuada escalada de ataques aos direitos conquistados há décadas debaixo de muita luta pelos trabalhadores;

• Das 79 cláusulas que garantiam benefícios e seguranças nas relações, 50 delas foram brutalmente saqueadas. Uma das maiores decepções de 2020. Você ficou sem: tickets nas férias e durante os 90 primeiros dias de licença médica; o Vale-Peru; o auxílio -babá e creche; a cláusula de acompanhante; a entrega pela manhã, o auxílio a filhos com necessidades especiais, a prorrogação da licença-maternidade, os 70% das férias e várias outras cláusulas de garantia;

• Plano de saúde de onde foram excluídos os pais e mães. Mensalidades que pesaram no bolso dos trabalhadores, 30% nas consultas e exames além do compartilhamento, que subiu para 50% . E o Postalis? Quanto isso está lhe custando hoje?

 

 

Por todo lado, só vemos o sucateamento implementado por esse desgoverno, que desde sua ascensão tem feito a categoria de Correios e outras categorias estatais sofrerem pela arquitetura de destruição estrutural e salarial das empresas públicas e autarquias federais.

 

Não acredite no belo discurso dos poderosos de que são eles os responsáveis pelos lucros e por uma gestão eficiente e moderna. Não! Os únicos responsáveis pela obtenção dessa alta lucratividade são verdadeiramente os trabalhadores e, ainda assim, são ameaçados pela instabilidade e vulnerabilidade do indício de privatização.

 

Esta empresa sempre teve excelentes lucros porque havia investimentos, contratações e melhoria estrutural para melhor servir à sociedade. Já esse desgoverno buscou lucros pelo sucateamento e desmoralização da imagem da empresa, para dar a impressão aos setores da sociedade que a melhor saída seria a entrega desse setor postal público, que tanto investiu na sociedade, para o setor privado. Mentem descaradamente tentando convencer a população e os trabalhadores que a ECT não é lucrativa e a saída é a privatização através do PL 591/21.

Não se iludam trabalhadores (as) com qualquer jogatina da empresa dizendo que está lhe beneficiando!

 

Desde o golpe de 2016, não se paga mais PLR, a última foi referente a 2014, negociação feita em novembro daquele ano pela MNPN – Mesa Nacional Permanente de Negociação, paga em 2015. Caso a empresa pague neste ano, saiba, não é favor dela para com você, é obrigação, é um direito previsto em lei e normativas. A Lei 10.101/2000 regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos termos do art. 7º, inciso XI, da Constituição.

 

Lembre-se, foi esse atual desgoverno que promoveu o caos e foi às suas custas que a ECT apresentou esse chamado lucro. A última (PLR) que recebemos foi em 2015, na média de R$300, já nesse ano de 2022, havendo, tem que ser devidamente negociada de forma justa, o que sempre defendemos que seja linear a todos, é esse o justo e que não venham com migalhas e que os poderosos não tenham mais vantagens que os que produzem!

 

# Abaixo ao autoritarismo!
# Abaixo à opressão!
# Não à venda dos Correios!
# Não à privatização – PL 591/2021!
# Fora Bolsonaro!
# Fora Guedes!
# Fora Floriano Peixoto!

 

Diretoria Colegiada
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