Trabalhadores dão ultimato aos Correios

 
As negociações entre os Correios e funcionários não renderam acordo. A categoria rejeitou a proposta da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) de 3% de aumento salarial e, por isso, irá seguir o calendário. Se até o dia 10 a estatal não propuser outro índice, a classe trabalhista realizará assembleia em todas as regiões do País a fim de decretar estado de greve.

A categoria reivindica aumento salarial de 43,7% (somadas as perdas salariais desde 1994, o índice de inflação do País e aumento real de 10%).

Estão em campanha salarial 120 mil trabalhadores, desses, 1.400 atuantes no Grande ABC. A data base da categoria é 1º de agosto. “Vamos aguardar até segunda-feira. Se a empresa quiser negociar, estamos abertos para debater. Caso contrário, vamos às ruas decidir os rumos da campanha. Não temos muita opção a não ser parar as atividades e nos mobilizar”, afirma o secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), Edson Dorta Silva.

“A companhia insiste em oferecer 3% de reajuste e manter as cláusulas que foram acordadas na campanha do ano passado. O índice proposto não cobre nem a inflação do período. Como aceitar?”, indaga.

Por meio de nota, a ECT declarou que desde o dia 3 de julho tem negociado com as representações sindicais. Dia 2 de agosto, a empresa disse que apresentou proposta, mas foi rejeitada pelos sindicatos, que não fizeram contraproposta e continuam defendendo a pauta de reivindicação inicial. A estatal alega que “somente os itens econômicos, se atendidos, gerariam acréscimo de até R$ 25 bilhões na folha de pagamento da ECT, que tem previsão de receita de R$ 15 bilhões para este ano”.

Em 2011, a base realizou uma das maiores greves da história da categoria: foram 21 dias de braços cruzados. A mobilização foi parar no TST (Tribunal Superior do Trabalho). Na ocasião, os trabalhadores aceitaram a proposta de reajuste salarial de 6,87% e aumento linear de R$ 80. Hoje o piso salarial da categoria é de R$ 917.

No Estado de São Paulo, a mobilização na segunda-feira está programada para acontecer no centro da capital paulista.

NÚMEROS – No Grande ABC há 18 agências dos Correios, 20 centros de distribuição e um centro de tratamento.

 
Fonte/Autoria: Diário do ABC