Editorial
Depois que o país sofreu um golpe parlamentar, Temer iniciou seu desgoverno, foi se implementando uma política destrutiva ao Estado Brasileiro, passando necessariamente pelo desmonte da estrutura pública que temos, transformando o país em um verdadeiro “balcão de negócio”. E para que tal plano se tornasse viável, aprovou-se de inicio o congelamento dos investimentos no orçamento de itens fundamentais para o desenvolvimento do Brasil, como a educação, saúde, segurança, entre outros.
Com o discurso de tornar o país melhor e mais lucrativo para os detentores do capital financeiro, Temer, com o papinho de “modernizar” as relações trabalhistas, aprovou no Congresso o seu desmonte, que na prática reduz os custos que o empresariado tem com a contratação de mão de obra, retirando direitos históricos e ampliando os mecanismos de fragilização da organização dos sindicatos.
Com os arranjos políticos tipicamente brasileiros funcionando a todo vapor, de negociação e destruição de ministérios, Temer reloteou todo o chamado “segundo e Terceiro escalão”. Nossa Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos caiu no colo do PSD, do coronel Gilberto Kassab, que indicou como presidente dos Correios o senhor Guilherme Campos. Este senhor desde que assumiu a Presidência dos Correios tem prestado um completo desserviço a nossa Empresa. São cerca de 40 entrevistas concedidas à imprensa, e em nenhuma delas ele consegue fazer um único elogio à Instituição ou a qualquer um dos mais de 112 mil homens e mulheres que nela trabalham. Além disso, Guilherme Campos buscou todos os meios possíveis e imagináveis para nós impor as novas regras da Reforma Trabalhista, mesmo antes dela entrar em vigor, e usou o TST para tentar alterar nossa data base. Volta e meia, em suas entrevistas, cogita a privatização total ou parcial da Empresa, além de deixar claro que sem retirar direitos, a Empresa não se sustenta. Mas isso não é novo, afinal quem não se lembra do então presidente senhor Giovanni Queiroz, em fevereiro de 2016, alardeando que a ECT só tinha dinheiro para pagar os salários até setembro daquele ano.
Tais atitudes exigiram de nós Ecetistas muita luta e muita resistência ao longo de 2017. A falácia da crise, amplamente disseminada pelo presidente que é adepto daquela doutrina do “espalhe ao extremo uma mentira e ela virará verdade”, esteve presente o ano inteiro e foi necessário muita unidade e muita resistência para combatê-la. Até porque atrás dessa falácia de crise, reside o desejo do Governo de retirar nossos direitos conquistados há anos, como o Plano de Saúde, Tickets nas férias e durante as licenças médias por até 90 dias etc.
As três greves abraçadas pela categoria ao longo de 2017, principalmente a iniciada em setembro, inviabilizaram a retirada de direitos da categoria, ao menos por enquanto. Ao mesmo tempo, está na pauta de Temer e seus aliados (PSD, PSDB, PTB, PP, PPS, entre outros) o fim das nossas aposentadorias através da “Reforma da Previdência”, além da criação de mensalidade no Plano de Saúde da categoria, e assim precarizar ainda mais a Empresa, para que ela possa ser privatizada. Tais ataques evidenciam a necessidade de nós mantermos mobilizados e prontos para o enfrentamento, pois 2018 promete ser mais um ano que exigirá muita resistência e muita luta.
Regionalmente, tivemos um período complicado, uma gestão de um senhor que gastou muito mais tempo e energia combatendo o Sindicato do que realizando seu papel. Situação que ficou ainda mais clara no dia de sua queda, pois a categoria em peso comemorou soltando foguetes na Praça Cívica durante Assembleia.
Que em 2018 estejamos com o mesmo espírito de luta, mobilização e unidade, dispostos a enfrentar qualquer ataque que venha contra nossos direitos. Por isso, MUITA LUTA E MUITO MAIS RESISTÊNCIA SERÁ EXIGIDA DE TODOS NÓS, para que possamos manter e ampliar nossos direitos e ao mesmo tempo solidificarmos ainda mais os Correios como uma Empresa pública, confiável e que preste um serviço de excelência para a sociedade brasileira.FELIZ 2018
Elizeu Pereira, Secretário Geral
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