Pauta da campanha salarial começa a ser discutida

Nesta terça-feira (20), após jogar cortina de fumaça para confundir a categoria, a ECT finalmente se dispos a discutir pontos da pauta da campanha salarial 2013
 
Após muito embate e discussões, as negociações da pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2013 começaram a ser negociadas nesta terça-feira (20), da forma que deveria ser desde o princípio: com 11 representantes do comando de negociações à mesa e 30 observadores na plateia, vindos dos sindicatos de todo o País. Para que essa configuração, prevista em estatuto, fosse aceita, foram necessárias 5 reuniões e mais de 15 dias de enrolação da ECT, que insistia em querer interferir na forma de organização do movimento sindical.

Mas mesmo com esse avanço a Empresa não deixou de lado a postura ditatorial. Nesta reunião a Empresa começou discutindo o calendário de reuniões, quando se recusou a acatar os anseios da categoria de acelerar as negociações e realizar as negociações em dois turnos diários, pela manhã e pela tarde. Por fim ficou definido que às terças e quintas-feiras as reuniões serão pela manhã e tarde, e nas segundas e sextas-feiras ficarão a critério das comissões de acordo com as disponibilidades.

Em seguida foi iniciada a discussão da Cláusula 16 da Pauta de Reivindicações – Não ao trabalho no fim de semana e feriado. Essa é uma questão fundamental para os trabalhadores, pois como se não bastasse a hora extra, que está se tornando comum em todos os setores, a empresa abusa nas convocações, inclusive através da imposição do banco de horas. A Empresa alegou que precisa de pessoas para trabalhar nos fins de semana e feriados, porém a Comissão dos trabalhadores foi firme em seus argumentos.

A Federação contrargumentou, afirmando que os trabalhadores também tem direito e necessidade de descanso, lazer e convívio família. A Secretária Geral da Fentect, Anaí Caproni, afirmou que trabalhar nos feriados e fim de semana, não é questão de dinheiro: “Essa situação seria resolvida facilmente se a Empresa contratasse a quantidade de trabalhadores suficiente para suprir a demanda da semana. A vida social do trabalhador tem que estar em primeiro lugar. A empresa se aproveita e tenta manter os funcionários reféns de suas convocações”.

A Diretora da Fentect, Amanda Corsino, reafirmou: “Somos contra o trabalhador ter que trabalhar o fim de semana e feriados, além do que muitas vezes demora para que o trabalhador receba o valor extra de um domingo no qual trabalhou. Portanto, o descanso com a família não tem preço”. Os negociadores da ECT se comprometeram a levar as considerações feitas pelo comando para consideração da área de operações da direção da ECT, apesar de terem dito anteriormente que a pauta já havia sido avaliada pela Empresa.

A discussão prosseguiu com o debate sobre a cláusula 17, que trata da Gratificação Isonômica de função. A Federação questionou o porquê da diferenciação entre estados, já que o trabalho é o mesmo. A Empresa se contradiz à mesa: um dos negociadores afirma que a diferenciação ocorre devido ao diferencial de mercado, enquanto outro afirma que é por conta do porte da DR. Nesse mesmo ponto os negociadores da ECT disseram que não vão definir nada por enquanto, e que também irão levar para consideração da diretoria da empresa.  

 
Fonte/Autoria: Fentect
Última Atualização: 11 de novembro de 2014 às 12:05