No XXI CONSIN, representantes analisam 2017 e debatem organização contra ataques da ECT e do governo

A categoria de trabalhadores dos Correios passou por um ano de lutas intensas. Desde o mês de janeiro, os ecetistas travaram batalhas contra retiradas de direitos que culminaram em uma campanha salarial apertada, na reedição do Acordo Coletivo de Trabalho e em um dissídio do plano de saúde. Para analisar todos esses processos e traçar as próximas estratégias ainda para o fim deste ano e para 2018, representantes dos sindicatos filiados se reuniram, hoje (13), em Brasília, no XXI Conselho de Representantes Sindicais (Consin).

O planejamento do conselho foi iniciado já no mês de outubro, ao final do XX Consin, e teve continuidade nessa terça-feira (12), na reunião da colegiada. Os diretores das entidades, unidos, pensaram e deliberaram os temas mais importantes a serem destacados no evento desta quarta-feira, pensando a organização no debate.

“Este momento é oportuno não somente para analisar o ano, mas para planejar as ações futuras. Devemos entrar o clima natalino, neste mês de dezembro, mas sempre mantendo o espírito de luta pelos nossos direitos”, afirmou o secretário geral da FENTECT, José Rivaldo da Silva, ao abrir o XXI Consin.

Em pauta
No período da manhã, cada representante pode dar os informes das respectivas regiões e o ponto de vista da conjuntura nacional e internacional. Entre os focos principais, as contrarreformas do governo golpista de Michel Temer. As reformas, prejudiciais a todos os brasileiros, na visão dos trabalhadores, surgem da expansão do capitalismo em todo o mundo, que carrega no bojo as privatizações e a entrega de empresas públicas e estatais à iniciativa privada.

Outro ponto levantado foi a respeito das eleições em 2018. Para os sindicalistas, é necessário estudar o momento e fazer um enfrentamento como luta de classes a todas essas mudanças políticas no País. A falta da renovação nesse campo prejudica substancialmente a classe trabalhadora. Ainda, no evento, reconheceram pontos positivos e negativos da atuação sindical e chegaram ao entendimento de que é preciso remodelar a organização dos sindicatos, a fim de resgatar a credibilidade junto às massas.

Saúde do trabalhador
Convidado da tarde, o assessor jurídico da FENTECT, advogado Alexandre Lindoso, falou sobre os prazos para o dissídio do plano de saúde da categoria, que podem ficar para o mês de fevereiro de 2018, já que o TST entrará em recesso já no próximo dia 19. “Temos tempo para fazer uma peça robusta, que dê uma resposta à altura ao dissídio. Precisamos tentar marcar uma reunião com o ministro responsável pelo caso até o dia 19”, alertou.

Sobre a “novidade” da possível intervenção da ANS no plano de saúde, Lindoso afirmou ser um elemento inédito e preocupante, principalmente por partir de uma agência reguladora, mas ações serão encaminhadas para preservar o benefício da categoria, recentemente garantido no Acordo Coletivo. Enquanto isso, as representações e os trabalhadores precisam ficar atentos às próximas informações e mobilizados.

No entanto, sobre futuras greves, o assessor jurídico da federação alertou que, enquanto não houver uma ameaça contundente, é preciso muito cuidado. O cenário demanda observação da categoria”, disse.

O XXI CONSIN reforça ainda mais a necessidade da união de todos. Demonstra o quanto as lutas, as greves do primeiro e do segundo semestre, e as conquistas perpassam pelas ações em conjunto da categoria. “Tudo aquilo que obtivemos como êxito tentaram retirar em um ano de governo golpista. É importante trazer a unidade naquilo que nos converge, porque o que nos diverge pode ser discutido em cada base. Devemos batalhar contra o enfraquecimento das mobilizações e conseguir levar os trabalhadores para as ruas”, ressaltou o secretário geral.

Ao final do evento, algumas deliberações e propostas sobre esses e demais assuntos foram apresentadas pelos representantes e serão compartilhadas pela FENTECT e os sindicatos filiados.

Reprodução: FENTECT