Força feminina se faz presente em Encontro Nacional

As mulheres representam em torno de 19% de ecetistas no Brasil, de acordo com dados de 2011 do Departamento de Planejamento de Gestão de Pessoal da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). No entanto, grande parte das trabalhadoras atuam na área administrativa, porque os testes físicos configuram uma barreira que exclui a entrada de várias mulheres na área operacional. Esse e outros aspectos serão discutidos no XV Encontro das Mulheres, que será realizado nos dias 11 e 12 de junho em Fortaleza (CE). O evento contará com a presença de 329 delegadas, que estarão defendendo o ponto de vista feminino. Consta na pauta os temas da evolução da mulher no sindicalismo nos 15 anos do evento, o famigerado SAP, a homofobia, o assédio e violência contra a mulher no âmbito trabalhista.

De acordo com a agente de correio, Fátima Gonçalves, que faz parte da Comissão Nacional de Organização do evento, essa é uma oportunidade de trocar experiências e debater maneiras de solucionar os problemas pelos quais as mulheres passam. “Entendemos que a vida das mulheres, da minoria, não é fácil. É muito bom termos um fórum para discutir essas dificuldades”, afirma. Ainda segundo Fátima, as mulheres buscam reconhecimento e igualdade de gênero no trabalho, mas exigem o respeito pela diferença de cada um.

Força para lutar

As mulheres sofrem também para tentar conciliar as jornadas de trabalho com as atribuições no emprego e as necessidades da família. O reconhecimento em casa é a força que motiva as trabalhadoras para lutar por melhores condições de trabalho. “Esperamos deixar as companheiras mais municiadas de informações dos seus direitos para que com isso possam resolver os problemas, as arestas, no dia a dia da trabalhadora”, ressalta Fátima.

Na atividade de carteira, as trabalhadores costumam ter problemas de saúde. Isso ocorre por conta da falta de pessoal suficiente, o que sobrecarrega os funcionários. Outra causa de doenças são os movimentos repetitivos feitos em função da atribuição, principalmente dos carteiros. Mas as agressões verbais são as mais difíceis de enxergar.  Além de todas as implicações que envolvem essa atividade tão importante para a comunicação no país, ocorrem ainda situações embaraçosas com uso de apelidos vexatórios como “nó cega”, para caracterizar aquelas que não acompanham o ritmo desregulado imposto pela falta de estruturação da empresa.

Além da sobrecarga física a que se submete a profissional dessa área, há ainda o desgaste emocional relativo a ausência de infraestrutura para recepcionar de forma justa a mulher na carreira ecetista. “A falta de uniformes adequados é um exemplo de descaso com as trabalhadoras. É penoso encontrar roupas apropriadas para gestantes. É uma situação constrangedora. Ao final do encontro, a intenção é aprovar uma pauta das mulheres para discutir no Congresso Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Contect), que ocorrerá nos dias 10 a 17 de julho, também em Fortaleza”, disse.

 
Fonte/Autoria: Fentect