ECT mostra desinteresse em negociar Campanha Salarial


Empresa não demonstra interesse em negociar e mais uma vez a reunião de negociação é marcada por joguinhos, impasses e nenhuma discussão das pautas da Campanha Salarial em si

Mais uma vez a Empresa deixa claro que não está interessada em realizar uma negociação efetiva da Campanha Salarial. Na reunião realizada na manhã de da última quinta-feira (08) na Universidade dos Correios, logo de cara foi abordado o impasse do formato das negociações, que se prolongou por todo o encontro. A proposta da Empresa foi de que o número de representantes fosse flexibilizado “até o limite de 8 pessoas da Fentect”. E mais: permaneceu insistindo em manter os 5 integrantes da “Federação” Pirata à mesa de negociação e em não permitir a transmissão ao vivo.
 
A ECT alega que o número apresentado pela Fentect – que é estatutário, portanto, não negociável – de 11 pessoas na mesa de negociação mais 30 como plateia, não é viável. Ou seja, a ECT, que como uma empresa pública deveria respeitar a legislação, está tentando passar por cima das leis e impedir o processo de transparência durante as negociações, determinar quem deve ou não participar das negociações, e o pior: obrigar Federações distintas a negociarem em conjunto.
 
Segundo a Secretária-geral da Fentect, Anaí Caproni, a lei no Brasil não permite que o empregador escolha quem é o negociador. “O empregador também não tem amparo legal para colocar outras pessoas na mesa de negociação que não sejam da representação legal dos trabalhadores. Não existe isso do negociador exigir que duas Federações negociem juntas. Isso pode, inclusive, ser objeto de ação judicial. Me espanta o nível de arbitrariedade dessa exigência, que é claramente uma forma de desrespeitar os trabalhadores e atrasar as negociações”, afirma Anaí.
 
Na realidade, expõe Anaí, o que a ECT pretende ao colocar a “Federação” Pirata e a Fentect juntas na mesa de negociações é legalizar a situação dos piratas perante os trabalhadores. “Ninguém pode obrigar uma Federação à se reunir com pessoas consideradas inimigas, que estão atuando de forma ilegal contra a Federação e os trabalhadores, promovendo, inclusive, ataques pessoais contra os representantes da Fentect”, fundamentou Anaí.
 
Para ela, a insistência nesse ponto tem a intenção exclusiva de atrasar as negociações. “Não vamos sentar com o Findect, isso não vai acontecer. Hoje já seria a segunda reunião, mas nada foi discutido, pois há insistência em forçar essa situação humilhante e de ilegalidade. Poderíamos estar discutindo vários pontos de pauta, mas a Empresa insiste nesses entraves. Já estamos em agosto, e os trabalhadores tem urgência dessas decisões”, pondera a secretária-geral.
 
Mesmo após a fala de vários companheiros nesse sentido, os negociadores da empresa seguiam insistentemente batendo no ponto de que é impossível negociar com 41 pessoas, aparentemente ignorando a informação relembrada a todo momento de que apenas 11 participarão efetivamente da mesa de negociação.
Após horas de discussão em torno dos impasses foi dado um intervalo. Ao retornar os representantes da Empresa afirmaram que vão levar a sensibilidade apresentada pela Federação na reunião com relação aos pontos. Se comprometeram a pedir celeridade na questão da decisão em torno das filmagens e acataram que as negociações sejam feitas com 11 membros do Comando na mesa , além de discutir a questão dos 30 integrantes que compõe a plateia.

A nova reunião ficou agendada para esta segunda-feira (12) foi transferida para a próxima quarta-feira.

 
Fonte/Autoria: Fentect