Bancos lucram 33% a mais enquanto 28 milhões de pessoas não têm emprego
Enquanto quase 28 milhões de brasileiros estão desempregados devido à economia em frangalhos, para os bancos está tudo azul, muito em função dos juros estratosféricos do cheque especial e do cartão de crédito e por terem restringido absurdamente o crédito.
A economista Leila Brito, coordenadora técnica do Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (Dieese) em Goiás falou sobre os lucros astronômicos das instituições financeiras no programa Antena Ligada desta sexta-feira (18), na Rádio Trabalhador.
“No ano de 2017, os cinco maiores bancos brasileiros em ativos apresentaram lucros expressivos e rentabilidades em alta, a despeito do cenário econômico adverso que o País tem atravessado. Mas isso não se refletiu em aumento de postos de trabalho. Pelo contrário. De 2016 para 2017 foram cortados 14 mil empregos no setor”, aponta Leila.
Conforme o Dieese, essa situação foi agravada pela implementação de planos de aposentadoria incentivada e desligamento voluntário pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Bradesco.
Lucros e rentabilidade
O lucro líquido dos cinco maiores bancos somou R$ 77,4 bilhões, montante 33,5% superior ao registrado em 2016. “O setor produtivo está num momento de retração. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 1% em 2017. Isso mostra para onde está indo nossa economia. Não são gerados empregos. A vida está fácil somente para os rentistas”, analisa a economista.
Leila disse que o dinheiro oriundo das taxas e serviços bancários dá para pagar todos os gastos com pessoal e ainda sobra. “A automatização provocou o fechamento de agências e a extinção de postos de trabalho. O usuário está fazendo o serviço que antes era o bancário que fazia”.
O consultor previdenciário Jesus Divino Barbosa de Souza foi outro entrevistado pela RT. Ele alertou que a previdência complementar é alternativa para poucas pessoas. No mais, o mais comum é o trabalhador receber menos do que investiu, devido às inúmeras taxas que tem de pagar na hora da retirada.
Reprodução: CUT Goiás