Mais de duzentas pessoas ficaram feridas, oito em estado grave, após repressão da polícia do Paraná a professores da rede estadual de ensino. A categoria está em greve e acampados no Centro Cívico de Curitiba desde segunda-feira, 27. O confronto entre policiais e professores teve inicio após a polícia tentar deter um caminhão de som do Sindicato dos Professores que se conduzia para a Assembleia Legislativa do Paraná, onde os professores acompanhariam as votações de um projeto de lei que reduz pela metade a duração da previdência dos servidores públicos estaduais. Segundo o sindicato dos professores, 20.000 pessoas participavam dos protestos.
O Centro Cívico se transformou em um cenário de guerra por volta das 15h, quando a sessão para votar o projeto de lei que altera a Paraná Previdência teve inicio. Policiais agrediram os manifestantes com cacetetes, jatos de spray de pimenta, bombas e balas de borracha. Segundo o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), em seu perfil no Twitter, os feridos receberam os primeiros socorros na prefeitura e no Tribunal de Justiça, 34 pessoas foram encaminhas ao hospital e mais de 100 foram atendidas.
A Policia Militar não informou as razões para ter ido para cima das pessoas, que manifestavam pacificamente do lado de fora da Assembleia. Para a repressão, o governo ordenou o deslocamento de policiais de pelo menos dez cidades do interior do Paraná. Segundo informações extraoficiais, o governador Beto Richa (PSDB) pediu que 1.500 policiais protegessem a Assembleia, contingente maior do que o disponível na própria cidade.
A responsabilidade das agressões foi atribuída a “manifestantes estranhos ao movimento dos servidores estaduais que estavam concentrados em frente à Assembleia Legislativa”, pelo Governo do Paraná. Segundo o governador Beto Richa, “A polícia estava lá por determinação do Poder Judiciário para proteger a sede do Poder Legislativo, uma instituição democrática que não pode ser afrontada no seu direito”.
Projeto de Lei
O projeto de lei, que transfere mais de 33.000 beneficiários acima dos 73 anos de idade do fundo financeiro (bancado pelo Estado) para o previdenciário (verbas dos contribuintes), teve 31 votos favoráveis e 19 votos contra. Essa alteração representa uma economia de 125 milhões por mês aos cofres do estado.
O projeto segue agora para a sanção do governador.
Autoria: Laryssa Machado com informações do Jornal El Pais – Brasil