Foi realizada nesta terça-feira (08) no TST, em Brasília, a sessão de dissídio coletivo de greve dos trabalhadores dos Correios. Presidida pelo Ministro Carlos Alberto e tendo como relator o ministro Fernando Eizo Ono, a sessão contou com a presença dos ministros Antônio José de Barros Levenhagen, Ives Gandra da Silva Martins Filho, Maria de Assis Calsing, Márcio Eurico Vitral Amaro, Walmir Oliveira da Costa, Maurício Godinho Delgado e Kátia Magalhães Arruda. A greve foi considerada não abusiva, e os trabalhadores, que deverão retornar ao trabalho na próxima quinta-feira (10), terão 180 dias para compensar os dias parados. O relator do dissídio, ministro Fernando Eizo Ono, considerou para efeito de compensação apenas os dias úteis parados, de segunda a sexta, no máximo duas horas por dia.
Em um dos pontos de maior expectativa da categoria, que dizia respeito ao plano de saúde, a vitória foi dos trabalhadores. Os ministros decidiram que deveria ser mantida a redação da cláusula 11 conforme o acórdão de 2012, vedando a ECT a de realizar alterações na gestão do Correios Saúde, sendo a ECT a única gestora do plano.
Outra vitória da Federação foi com relação à reafirmação da ilegitimidade e a exclusão da Federação Pirata (Findect) do dissídio. O Relator rejeitou o pedido do MPT de inclusão dos sindicatos dissidentes, uma vez que eles já fecharam, indevidamente, acordo com a ECT. De acordo com os magistrados, na jurisprudência atual, os sindicatos podem representar a categoria, porém, se a categoria é nacional, esses sindicatos se filiam a uma federação, que será a única representação legítima.
Para Walmir da Costa não tem sentido fazer acordo com uma parte da categoria e deixar outra parte a mercê do julgamento. “Quem criou esse problema foi a própria ECT, por ter fechado acordo quando a questão já estava sob judice, e com uma federação sem legitimidade. Mesmo que o acordo tenha sido feito diretamente com os sindicatos, não deveria ter acontecido, pois fragmentou a categoria, que é uma só”, ponderou o ministro.
Com relação às cláusulas financeiras, ficou definido o reajuste salarial de 8% e de 6,23% para benefícios, retroativos a 1º de agosto de 2013, mais o vale cultura de R$50. Além disso, foi concedido o direito à ausência remunerada de cinco para seis dias para acompanhar dependente ao médico.
A Secretária Geral da Fentect, Anaí Caproni, ressaltou que nenhuma das decisões atendeu efetivamente às reivindicações dos trabalhadores. “As decisões foram previsíveis, seguiram a linha do acórdão de 2012. Mas houve o reconhecimento da legitimidade da Fentect, o que é uma vitória”, declarou. Segundo Anaí, a Greve Nacional foi combativa e de extrema importância para esses resultados, pois unificou a Federação e impediu que abusos contra os trabalhadores fossem cometidos no dissídio.
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