ECT rejeita 5 propostas, se supera na intransigência, e dissídio será julgado

 

Foram cinco horas de argumentações e muita negociação. Mas, mais uma vez, a ECT tripudiou ao se negar a negociar com os trabalhadores, mantendo a proposta inescrupulosa de 5,2% de aumento salarial, com a alteração no nosso plano de saúde. O Comando de Negociação repudiou novamente a proposta e a justificativa banal da empresa. “A ECT não tem vontade de negociar nada que seja da pauta de reivindicações dos trabalhadores”, disse Edson Dorta, secretário geral da Fentect.

O Ministério Público do Trabalho (MPT), representado pelo procurador Edson Braz, questionou a ECT quanto às objeções relacionadas à mudança no horário de entrega de correspondências, onde ficou acertado que a empresa vai apresentar um “projeto piloto” em três cidades e, se for aprovado, será implementado em outras regiões. O procurador também argumentou sobre os recursos financeiros da ECT investidos em bancos, alertando que os Correios deveriam investir em maquinário e em mão de obra e não em instituições financeiras.

A postura intransigente da ECT ficou evidente durante toda a audiência, onde os trabalhadores tentaram a todo instante negociar um acordo que fosse significativo para a categoria para acabar com a greve. A ministra relatora Katia Arruda e o representante do Ministério Público do Trabalho chegaram a pedir, em vão, mais sensibilidade por parte da empresa para que uma solução fosse encontrada e acabasse com o impasse que existia entre as partes.

Ao todo, contando com a primeira reunião de conciliação, foram cinco propostas sugeridas e todas rejeitadas pela ECT, uma verdadeira demonstração de desrespeito aos trabalhadores e a sociedade. Na semana passada a Ministra Cristina Peduzzi havia sugerido a proposta de R$ 80 linear. Nesta audiência foram mais quatro (4), sendo duas (2) pela Ministra Kátia Arruda (R$ 60 linear e outra de 6,87% com a manutenção do plano) e duas (2) pelo representante do Ministério Público do Trabalho (13,5% e 8,5%), todas negadas pela ECT.

Após varias tentatitas de conciliação, a ministra Katia Arruda clamou à ECT por uma proposta para que a greve fosse interrompida, evitando assim, o dissídio. “Faço meu último apelo para que a empresa não deixe essa situação chegar a julgamento”, disse a ministra Katia Arruda à diretoria da ECT, na tentativa de encontrar uma saída para o problema.  Em seu desfecho, o representante jurídico da ECT afirmou que a única proposta que a empresa tem oferecer é a de 5,2% e nada mais.

Dessa vez a ECT se superou na sua intransigência e agora, mais do que nunca, ficou provado que os representantes dos Correios realmente nunca quiseram negociar. Depois disso, duvidamos que agora algum gestor tenha a coragem de passar nos setores para dizer a inverdade de que era “a Fentect que não queria negociar”. Caiu a máscara da ECT.

O Comando de Negociação da Campanha Salarial 2012/2013 reitera a importância de todos os sindicatos estarem unidos e a manterem a continuidade da greve até o julgamento do dissídio, que ocorrerá na próxima quinta-feira.

 
Fonte/Autoria: Fentect
Última Atualização: 1 de fevereiro de 2018 às 19:39