A diretoria do SINTECT-GO vem a público repudiar veementemente o documento intitulado Primeira Hora, enviado no dia 12 de maio pela administração dos Correios. O conteúdo apresenta uma série de medidas que se apresentam como “ações de sustentabilidade”, mas que, na prática, representam um ataque direto aos trabalhadores que estão na linha de frente e garantem a qualidade dos serviços prestados pela empresa.
A direção da ECT tem desrespeitado diversas cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho, especialmente no que diz respeito à fluência regular das férias. Diante disso, a FENTECT já prepara uma ação judicial para garantir esse direito. Além disso, o SINTECT-GO orienta todos os trabalhadores a abrirem procedimento no sistema SEI, no Help Desk, e encaminharem também à DIGEP, REAT e GEPES. Essa medida deve ser adotada por todos. É essencial anexar cópias de toda a documentação pertinente (vouchers, contratos, etc.) e expor detalhadamente as razões da solicitação, a fim de evitar suspensões indevidas. Anotem e guardem o número do processo.
Enquanto a sociedade discute a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, a empresa propõe a redução da jornada com corte proporcional de salário. E, embora esteja claro que a contratação de novos funcionários aumentaria a produtividade e diminuiria a sobrecarga sobre o já reduzido quadro de trabalhadores, a resposta da empresa é ampliar o calendário de demissões voluntárias.
É importante lembrar que a ECT vem sendo sucateada há mais de seis anos, desde o golpe de 2016, com o claro objetivo de viabilizar sua privatização. Nesse período, não houve investimentos significativos, tampouco contratação de novos trabalhadores. Ao contrário: foram realizadas vendas de prédios, sucessivas demissões voluntárias, retirada de 49 cláusulas do Acordo Coletivo, aumento da coparticipação e da mensalidade do plano de saúde de 30% para 50%, além do abandono completo dos trabalhadores durante a pandemia.
O avanço desenfreado da terceirização criou uma concorrência interna prejudicial e fragilizou os serviços dos Correios. A chamada “taxação das blusinhas”, aprovada no Congresso, somada a medidas da Receita Federal que retiraram a prioridade dos Correios na distribuição de encomendas internacionais (como os produtos “xing-lings”), são exemplos de ações que parecem ter como objetivo dificultar deliberadamente a sustentabilidade da empresa, visando justificar sua entrega ao setor privado.
A má administração do governo anterior e a falta de postura da atual direção, que não adota medidas concretas para resolver os problemas estruturais da ECT, colocam os trabalhadores em estado permanente de alerta.
É importante salientar que, embora nos últimos dois anos tenhamos recuperado diversos direitos que foram brutalmente retirados em 2021, ainda enfrentamos grandes desafios. Diante do cenário preocupante, é necessário agir com transparência, compromisso, responsabilidade, serenidade e, acima de tudo, com muita luta, para superarmos as dificuldades que se apresentam.
O SINTECT-GO está pronto para reagir e defender os interesses da categoria diante de qualquer tentativa de retirada de direitos. Governe quem governar, os direitos dos trabalhadores se defendem!
Diretoria SINTECT-GO